Quando o Outono Chega...

            Assim como a natureza, a nossa vida passa por estações. Tempos alegres, tempos floridos, tempos gelados, tempos sombrios...Tempos e tempos.  A Palavra de Deus já nos ensinou sobre isso, quando o Eclesiastes disse:

 “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz”. (Eclesiastes 3:1-8)

É exatamente assim que acontece. Tudo o que é hoje, talvez amanhã já não seja mais. Ou o que foi ontem ainda continua sendo hoje. E sabe aqueles dias nos quais nos deparamos com uma parte de nós que até então julgávamos ser desconhecida ou estar aniquilada? Aquela parte de nós que não é tão bela assim e que nos faz perceber o quão falhos e limitados nós somos? Pois é. Quando esse pedaço do nosso ser é colocado diante de nós, eu diria que na nossa vida o outono chegou. No outono as flores caem. As folhas caem. E tudo o que resta são os contornos dos irregulares galhos. Essa é estação onde as lindas flores e as viçosas folhas dão lugar somente àqueles galhos. A beleza das árvores parece se esconder e não querer mais ser contemplada. Na nossa vida também passamos por momentos onde toda nossa exuberância parece dar lugar à nossa feiúra. Feiúra interior. Feiúra da alma, do coração. Exatamente quando começamos a nos julgar “bons demais”, nós mesmos nos encarregamos de mostrar-nos o quão mal ainda somos e que bom, só existe um: o próprio Senhor!

            No entanto, existe um terno consolo! Quando o pior do nosso ser passa a ser revelado é porque diante daquela negridão, a luz resplandeceu! E que luz seria essa? É a Luz da santa e curadora Palavra de Deus! Porque essa Palavra nos ilumina os passos e o nosso caminho (Salmo 119:105). Essa Palavra revela a nós a Santidade reluzente do Senhor! Essa Palavra nos faz estar intensamente mais perto da Glória de Deus. E é essa Glória que quando nos alcança, não permite que nem um pedacinho sequer do nosso coração, seja ele bom ou ruim, permaneça na escuridão.

Então, se o outono nos surpreendeu ao chegar é porque em breve, contrariando agora a natureza, não o inverno virá, mas sim a primavera. Depois de vivenciarmos as nossas folhas e flores caindo, tendo o nosso ser completamente desnudado e a nossa feiúra exposta cruelmente diante dos nossos olhos, aí sim, estaremos prontos para a chegada da próxima estação. E repito: não o inverno, sim a primavera...Onde nossa vida voltará a florescer!

Por Isabella